
“Miguel de Cervantes Saavedra tem a ver com Portugal muito mais do que à primeira vista pode parecer. E poderemos dizer que é, com o nosso Fernão Mendes Pinto, o criador do romance moderno, em que a vida se torna presente na narrativa, para além da edificação ou de uma perspectiva distanciada da singularidade. (…) Em Lisboa, Cervantes descobre a sua veia criadora, designadamente no teatro, e a verdade é que o ambiente português entusiasma-o. Leia-se com atenção o romance do Cavaleiro da Triste Figura. Aí está o elogio do Tejo português, a beijar as praias da cidade de Lisboa de areias douradas”. Gulherme d’Oliveira Martins, pp18-19.