A Crónica do famoso e mui esforçado Palmeirim de Inglaterra, de Francisco de Moraes, teve a sua primeira edição ao redor de 1544, provavelmente em Paris. Esta obra é uma das continuações do ciclo castelhano dos “palmerines”, formado pelo Palmerín de Olivia, o Primaleón e Platir, impressos em 1511, 1512 e 1533, respetivamente.
Assim, conta-se na Primeira Parte do Palmeirim de Inglaterra, que aqui pretendemos resumir, a história dos dois filhos gémeos de Dom Duardos, Palmeirim e Floriano, desde o seu nascimento até ao fim da ventura que dá mote a esta secção da obra, a Torre Encantada do Gigante Dramusiando.
A segunda parte, muito maior, contempla temáticas mais variadas, mas uma sobressai: o amor. É dado destaque a, na nossa opinião, um dos maiores amadores que saiu da pena de Moraes: Florendos. O neto de Palmeirim, completamente entregue em pessoa, alma e armas à distante e fria Miraguarda, ocupa um lugar cimeiro no manejo das armas, ficando muito pouco, ou mesmo nada, aquém de Floriano e Palmeirim.
Não tendo sido o primeiro livro do género, o texto de Moraes foi, ertamente, aquele que em solo luso mais sucesso terá conhecido. (…) Terá também sido o único livro de cavalarias português a ser traduzido para o castelhano em data temporã, 1547.