Ficção passada na cidade do Porto, cheia de cor local como as belas aguarelas que este autor tão bem sabe executar. Este livro representa uma imersão na vida cultural do Porto durante a segunda metade do século XX. “Passaram-se três anos e meio, o país modificou-se e muitas coisas mudaram. Continuei a viver em casa dos meus pais, mas arranjei um novo atelier, mais amplo, num primeiro andar duma travessa sossegada perto do jardim de S. Lázaro. Por baixo, no rés-do-chão vivia a Dona Mimosa, casada com o Zacarias, um funcionário público, columbófilo, que tinha um pombal no pátio das traseiras. (…) A restante vizinhança dos andares de cima era um modelo de sossego e de pacatez, que me proporcionava um recato monástico para as minhas actividades. Quanto ao livros dos Templários estava praticamente acabado e permanecia agora, esquecido, num armário do meu atelier”.

Foto da capa: Fernando Aroso fotografa o autor pintando, de um interior, o casario da Ribeira (Porto, anos ‘70).

Jorge Tavares: arquitecto de formação, foi no desenho, na cenografia, na pintura e na escrita que encontramos os elementos centrais da sua vasta produção cultural desenvolvida a partir da cidade do Porto.